21 de setembro de 2008

Amazônia - o tempo é o senhor da razão


A grande imprensa não noticiou, as tvs não mostraram, mas em abril deste ano representantes dos estados da Amazônia Legal participaram da reunião promovida pelo príncipe Charles em sua residência, a Clarence House, em Londres, com o objetivo de incentivar a cooperação internacional com relação ao desenvolvimento daquela região na forma de investimentos (leia aqui).
Hoje, leio a notícia de que a primeira doação ao Fundo da Amazônia, criado pelo governo brasileiro para conter o desmatamento, é do governo da Noruega: 1 bilhão de dólares até 2015. Além disso, o presidente brasileiro assinou um decreto que isenta do PIS/Cofins doações destinadas a iniciativas ambientais.
"No dia em que todo o País desenvolvido tiver a mesma atitude da Noruega, teremos certeza de que o aquecimento global vai ser reduzido".Espero que outros países sigam o exemplo da Noruega.", afirmou o presidente.
Além da Noruega, pelo menos mais cinco países demonstraram interesse em ajudar na conservação da Amazônia.
"Os países que já demonstraram interesse foram o Japão, Suécia, Alemanha, Coréia e a Suíça", disse o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc
após participar de almoço no Itamaraty com o primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg.
Na mesma linha de agradecimento aos “estrangeiros altruístas”, o jornal Valor Econômico ressalta que “A sofisticação dos sistemas brasileiros de monitoramento dos desmatamentos da Floresta Amazônica convenceu o governo da Noruega a garantir a doação de até US$ 1 bilhão para aplicação, entre 2008 e 2015, no Fundo Amazônia - destinado a proteger a maior cobertura florestal do continente”.
Confesso que não entendi muito bem o “convenceu” aí do texto acima, já que o INPE (Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais) opera há 20 anos o PRODES
- considerado o maior programa de acompanhamento de florestas do mundo via satélite, por cobrir os 4 milhões de km2 de áreas florestais com freqüência anual.
Sinceramente, as peças desse enorme quebra-cabeças estão longe de ser encaixadas.
Primeiro, porque com todo esse aparato tecnológico de monitoramento da floresta Amazônica, que já atua há muito tempo, o Brasil foi incapaz de deter o desmatamento, tendo que se “sujeitar”, sem o menor pudor, a ficar de “pires na mão” diante das potências mundiais, e depois, é muito estranho que o governo norueguês, de repente, se “convenceu” de que “agora” pode confiar no sistema brasileiro de monitoramento da floresta.
E o presidente brasileiro, felicíssimo com a iniciativa da Noruega, ainda incentiva que outras potências mundias façam também suas doações, quando ele próprio não se cansa de afirmar que muito em breve estaremos todos “nadando em petróleo”. E o que esses países vão querer em troca?

Bem, a única frase que me vem à cabeça, diante de tanto descalabro e incoerência é “ o tempo é o senhor da razão”!

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