31 de maio de 2008

Amazônia, novamente!

Três notícias estão deixando-me intrigada: a suposta compra de terrenos na Amazônia pelo sueco Johan Eliasch, a investigação da Abin sobre a tal compra e a reunião organizada pelo príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, realizada em Londres em abril deste ano, reunindo autoridades e parlamentares de estados da região amazônica com representantes de instituições financeiras e das ONGs.
Essas informações demonstram a irresponsabilidade e descaso do governo federal com a nossa floresta. Em primeiro lugar porque a investigação da Abin foi notícia no jornal O Globo em 25 de maio de 2008, mas o site Amazônia à vista já , em julho de 2006, dava como certa a compra de 161.874 hectares por Johan, à título de Projeto de Manejo de Florestas por U$ 8 milhões e informava que o comprador já havia até recebido o certificado de preservação do Incra, órgão do governo federal. Já o site Ambiente em foco informa que a compra foi efetuada em 2005. Passados, no mínimo, dois anos do ocorrido e a Abin ainda está investigando o caso! Nesse meio tempo Johan, que é consultor do atual primeiro ministro britânico e casado com uma brasileira, foi rápido: avaliou a Amazônia em 50 bilhões de dólares, criou uma ONG que estimula a compra de terrenos na Amazônia , criou um site na internet - Cool Earth - , com o mesmo fim e convocou outros milionários a adquirirem terras naquela região.
Quanto ao príncipe, o site Alerta em rede informa que a reunião passou, digamos, despercebida da mídia nacional. Passou também despercebida do governo federal? Impossível, pois parlamentares brasileiros e até governadores da região estavam presentes.
A "preocupação" da monarquia britânica com a Amazônia não pára por aí. Está prevista uma segunda etapa desse encontro a realizar-se dentro de 90 dias e deverá ser sediada em Belém (PA), tendo como anfitriões a governadora Ana Júlia e demais governadores da Amazônia, que se reunirão com um grupo de convidados britânicos sob a liderança do Príncipe Charles. É uma visita oficial do príncipe ao país ou à "Nação Amazônica"?
Eu me pergunto: até quando o governo federal fará "vistas grossas" à ocupação da região, por potências estrangeiras? Não basta o presidente brasileiro declarar na mídia que a Amazônia é nossa, se nos bastidores permite que estrangeiros tracem esquemas de ocupação da floresta. É substimar demais a inteligência do povo brasileiro. O mínimo que se pode pensar, com relação a esses fatos estarrecedores, é que a nossa floresta está sendo "fatiada" e os interessados estão barganhando o seu pedaço.
Se formos avaliar a preocupação do governo federal com relação à Amazônia tomando por base a posse de Carlos Minc no Ministério do Meio Ambiente, onde teve piadinhas do presidente e até beijinhos na testa, estamos mesmo à deriva.

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