13 de julho de 2008

Os três macaquinhos

Creio que não seja novidade para ninguém que nós humanos ou humanóides, como queira, estamos atolados até o pescoço no individualismo. O “eu” nunca esteve tão em alta. As pessoas não estão mais “enxergando” o outro.
Dias desses, numa dessas reuniões de equipe, pude constatar “in loco” essa minha premissa. As pessoas não aguardavam a sua vez de falar e quando com a palavra, iam aumentando o tom de voz, receosas de que, de repente, fossem interrompidas.
Talvez até eu mesma, que ando criticando a comunicação atual, tenha me excedido sem perceber.
A vida apressada,certamente, tem contribuído para esse estado de coisas. Dizem, até, que os jornais diminuíram o tamanho de seus textos, porque o cidadão não tem mais tempo, nem paciência de ler uma matéria muito longa.
A argumentação, que ao meu ver, é um dos momentos mais divinos de um diálogo, há muito, foi enterrada. E num discurso, hoje em dia, é a última palavra que fica e pronto. Ninguém mais tem paciência de fazer uma análise mais profunda ou detalhada sobre coisa alguma. É tudo muito superficial.
Veja o caso da “lei seca” - uma das mais rígidas do mundo-, que está em prática no país. O governo brasileiro nos impôs a lei “goela abaixo” e não percebo ninguém discordando dos excessos e constrangimentos das prisões, em decorrência do “teste do bafômetro”. Até um chocolate recheado com licor pode nos levar à cadeia, para averiguações. Mas a lei "se esqueceu" de que uma pessoa drogada pode fazer também um grande estrago. E não são poucos os viciados em drogas ilegais no Brasil.
Já com as crianças e adolescentes o governo brasileiro tem sido bastante condescendente. O ministro da saúde, por exemplo, anda empolgadíssimo com o seu novo projeto: a instalação de máquinas de distribuição de camisinhas nas escolas públicas.
Quer dizer, os adultos são uns irresponsáveis, porque bebem em excesso, mas crianças e adolescentes estão liberadas para praticarem sexo desde a mais tenra idade, com o aval do poder constituído. E se por um descuido, o jovem se esquecer de usar a camisinha , a moça, pode ainda, recorrer à pílula do dia seguinte.
A última novidade é que o governo brasileiro pretende limitar a publicidade na TV , com relação às refeições “fast-food”, isto é, os pais, por tabela, estão levando um tremendo “puxão de orelhas” por permitirem que seus filhos se alimentem inadequadamente. Estamos ou não estamos diante de um estado policial?
O pior, ainda está por vir: “preocupados” com a onda de e-mails falsos e spam nos correios eletrônicos, senadores aprovaram uma lei de censura na Internet.
Para finalizar, o jornal O Globo deste domingo estampa na primeira página a seguinte manchete: “ o governo brasileiro perdeu o controle sobre os grampos no país” .
A continuar esse estado policial, nós no tornaremos, muito em breve, num bando de delatores. Por enquanto, infelizmente, estamos agindo como os três macaquinhos chineses:
“Não falo, não vejo, não ouço”

2 Comentários:

Anônimo disse...

"Dias desses, numa dessas reuniões de equipe, pude constatar “in loco” essa minha premissa. As pessoas não aguardavam a sua vez de falar e quando com a palavra, iam aumentando o tom de voz, receosas de que, de repente, fossem interrompidas."
isso me lembra a minha turma :S
LASJLSKDJDSLK

Sandra Di Flora disse...

Oi!!
Então a sua turma é falante assim?

Abs

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