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  • 15 de março de 2009

    Amazônia, o interesse continua

    Desde que este blog foi criado, tenho me preocupado em divulgar notícias referentes à cobiça internacional que ameaça a Amazônia. Foram ao todo 10 posts (que podem ser lidos em assuntos do blog) recheados de informações sobre as movimentações das ONGs e dos representantes das grandes potências mundiais, no sentido de internacionalizar a nossa floresta, que representa mais da metade do território nacional.
    Eu não sou especialista no assunto, infelizmente, mas uma cidadã brasileira que não vê com bons olhos o interesse estrangeiro em nossas terras, com a pretensa desculpa de proteger o planeta Terra das catástrofes climáticas.
    Em 31 de maio de 2008, publiquei um post sob o título “Amazônia Novamente” e fiz a seguinte pergunta: “até quando o governo federal fará "vistas grossas" à ocupação da região, por potências estrangeiras?" E continuei: "não basta o presidente brasileiro declarar à mídia que a Amazônia é nossa, se nos bastidores permite que estrangeiros tracem esquemas de ocupação da floresta. É subestimar demais a inteligência do povo brasileiro. O mínimo que se pode pensar, com relação a esses fatos estarrecedores, é que a nossa floresta está sendo "fatiada" e os interessados estão barganhando o seu pedaço”.
    Desde então, as notícias sobre a preocupação estrangeira com a Amazônia se tornaram escassas e eu pude por algum tempo respirar aliviada, mesmo sabendo que as investidas continuariam. Mas, a visita do Príncipe Charles ao Brasil e a reunião que comandará na Amazônia estão me deixando novamente com aquela sensação, de que a nossa soberania é apenas retórica dos otimistas.
    É por esses motivos que convido os leitores deste blog a lerem o excelente artigo publicado no JBonline, intitulado:

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    27 de setembro de 2008

    Radiografia da Amazônia

    “Ainda é possível salvar a Amazônia? Há tempos, essa pergunta desafia as consciências brasileiras sem que para ela, ao longo dos anos e dos governos, o Estado tenha formulado uma resposta confiável e definitiva. A Amazônia tem sido mais conhecida pelas ameaças que pairam sobre ela. As notícias sobre essa exótica e esplendorosa região estão quase sempre associadas à devastação da floresta, à contaminação das águas, à extinção da biodiversidade, à degradação dos seus habitantes nativos. Repete-se sempre a especulação de que o Brasil não teria competência para geri-la. Essa seqüência de notícias ruins tem fundamentos reais. O Brasil tem tratado com ambigüidade e distanciamento o maior tesouro biológico do planeta, que lhe pertence”.(leia aqui)
    A radiografia da floresta Amazônica que apresento foi pinçada do site do Estadão. Conhecer o nosso maior tesouro é uma das formas de defendê-lo.

    Mapa da Amazônia



    A dimensão da floresta



    O maior rio do mundo



    Os recursos minerais



    As disputas agrárias



    As reservas indígenas



    A proteção da floresta



    Os cenários da devastação

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    21 de setembro de 2008

    Amazônia - o tempo é o senhor da razão


    A grande imprensa não noticiou, as tvs não mostraram, mas em abril deste ano representantes dos estados da Amazônia Legal participaram da reunião promovida pelo príncipe Charles em sua residência, a Clarence House, em Londres, com o objetivo de incentivar a cooperação internacional com relação ao desenvolvimento daquela região na forma de investimentos (leia aqui).
    Hoje, leio a notícia de que a primeira doação ao Fundo da Amazônia, criado pelo governo brasileiro para conter o desmatamento, é do governo da Noruega: 1 bilhão de dólares até 2015. Além disso, o presidente brasileiro assinou um decreto que isenta do PIS/Cofins doações destinadas a iniciativas ambientais.
    "No dia em que todo o País desenvolvido tiver a mesma atitude da Noruega, teremos certeza de que o aquecimento global vai ser reduzido".Espero que outros países sigam o exemplo da Noruega.", afirmou o presidente.
    Além da Noruega, pelo menos mais cinco países demonstraram interesse em ajudar na conservação da Amazônia.
    "Os países que já demonstraram interesse foram o Japão, Suécia, Alemanha, Coréia e a Suíça", disse o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc
    após participar de almoço no Itamaraty com o primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg.
    Na mesma linha de agradecimento aos “estrangeiros altruístas”, o jornal Valor Econômico ressalta que “A sofisticação dos sistemas brasileiros de monitoramento dos desmatamentos da Floresta Amazônica convenceu o governo da Noruega a garantir a doação de até US$ 1 bilhão para aplicação, entre 2008 e 2015, no Fundo Amazônia - destinado a proteger a maior cobertura florestal do continente”.
    Confesso que não entendi muito bem o “convenceu” aí do texto acima, já que o INPE (Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais) opera há 20 anos o PRODES
    - considerado o maior programa de acompanhamento de florestas do mundo via satélite, por cobrir os 4 milhões de km2 de áreas florestais com freqüência anual.
    Sinceramente, as peças desse enorme quebra-cabeças estão longe de ser encaixadas.
    Primeiro, porque com todo esse aparato tecnológico de monitoramento da floresta Amazônica, que já atua há muito tempo, o Brasil foi incapaz de deter o desmatamento, tendo que se “sujeitar”, sem o menor pudor, a ficar de “pires na mão” diante das potências mundiais, e depois, é muito estranho que o governo norueguês, de repente, se “convenceu” de que “agora” pode confiar no sistema brasileiro de monitoramento da floresta.
    E o presidente brasileiro, felicíssimo com a iniciativa da Noruega, ainda incentiva que outras potências mundias façam também suas doações, quando ele próprio não se cansa de afirmar que muito em breve estaremos todos “nadando em petróleo”. E o que esses países vão querer em troca?

    Bem, a única frase que me vem à cabeça, diante de tanto descalabro e incoerência é “ o tempo é o senhor da razão”!

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    31 de agosto de 2008

    Últimas informações sobre a Amazônia

    O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) divulgou ontem a taxa anual de desmatamento na Amazônia. De julho de 2007 a agosto de 2008 houve um aumento de 64% no abate de árvores. A área abatida supera cinco vezes a cidade de São Paulo.
    Os números oficiais do desmatamento serão divulgados somente em outubro. A expectativa do Instituto é que a taxa anual supere os 11,2 mil quilômetros quadrados medidos em 2007(leia aqui).
    Considerando que as dimensões de um campo de futebol é de 120m por 90m, os milhares de quilômetros quadrados desmatados no período representam um desmate equivalente a 1037037 campos de futebol ao ano ou 2841 campos de futebol por dia ou 119 por hora ou 2 por minuto. E esse cálculo foi feito “por baixo”, pois como bem sabemos nem sempre as informações correspondem à realidade. O “monstro” é bem maior do que imaginamos.
    O triste de tudo isso é que cinco dias depois do governo federal lançar um fundo bilionário para captar recursos para a proteção da Amazônia, o presidente brasileiro sancionou a MP 422/08, conhecida como "MP da Grilagem", que amplia de 500 para 1.500 hectares o limite de áreas invadidas na zona rural da Amazônia Legal que podem ser legalizadas pelo governo sem exigências, como uma licitação, por exemplo. Dá para entender?
    Infelizmente, atos como esse abrem um enorme espaço para que as grandes potências mundiais tentem ingerir sobre a nossa soberania, com relação à floresta Amazônica. No site do príncipe Charles (
    www.princesrainforestsproject.org) , por exemplo, há gráficos, artigos, opiniões e informações atualizadas sobre tudo o que se refere à floresta Amazônica.
    É de doer, não é não?

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    6 de julho de 2008

    Risco à soberania

    Da Folha de São Paulo:
    O ministro da justiça Tarso Genro anunciou para as próximas semanas um decreto que vai apertar o cerco a entidades nacionais e estrangeiras que atuam em áreas indígenas ou de proteção ambiental. O decreto, que terá como um dos focos a identificação da fonte de financiamento das ONGs, será o passo seguinte à portaria já publicada no “Diário Oficial”. A portaria definiu o prazo de 120 dias para que todas as ONGs estrangeiras com a atuação no Brasil façam o recadastramento obrigatório na Secretaria Nacional de Justiça. Além de buscar informações sobre a fonte de financiamento das ONGs nacionais e estrangeiras, exigirá que as entidades declarem sua finalidade, objetivos e apresentem plano de trabalho.
    O objetivo não declarado é buscar entidades na Amazônia, em especial aquelas que, travestidas de ONGs, atuam em ações de biopirataria”


    Uma excelente medida do Ministério da Justiça para se saber “quem é quem” na Amazônia Legal. A responsabilidade maior agora é do Senado, pois caso ratifique a “Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas”, assinado pelo Brasil na ONU em setembro de 2007, a Amazônia corre o risco de ser dividida em 216 “nações”, com autonomia política e administrativa, dentro do território brasileiro.
    Como isso poderá acontecer? Simples. Parece que os diplomatas brasileiros que assinaram a tal declaração não sabiam da existência do parágrafo 3 do artigo 5º, introduzido em 2004, no texto constitucional misturado à Emenda nº 45, que cuidava da reforma do Judiciário. O dispositivo determina que serão equivalentes a emendas constitucionais os tratados internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, na Câmara e no Senado, em dois turnos, por três quintos dos votos. Em outras palavras, as “nações indígenas” poderão se tornar independentes do poder central do país.O estranho de tudo isso é que durante vinte anos o Brasil foi contra o texto elaborado pela ONU sobre a “Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas” e , de repente, passou a concordar e, o pior, foi um dos primeiros a assinar o novo texto. Vale lembrar que alguns dos principais países do Primeiro Mundo se negaram a ratificar o acordo. Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia votaram contra. Outros 11 países preferiam se abster: Rússia, Colômbia, Azerbaijão, Bangladesh, Butão, Burundi, Georgia, Quênia, Nigéria, Samoa e Ucrânia.

    Outras informações aqui e aqui.

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    29 de junho de 2008

    Amazônia ignorada?

    Um levantamento do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) revela que o órgão ignora o que se passa em 710,2 mil quilômetros quadrados da Amazônia Legal, que compreende 59% do território do país. O Incra não sabe se terras estão nas mãos de posseiros ou de grileiros, tampouco o que está sendo produzido, plantado ou devastado nessas terras públicas da União. Segundo a reportagem da folha online, o estudo mostra que, somada, a área equivale aos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná juntos
    Enquanto o governo brasileiro continua ignorando o que se passa na Amazônia, Ongs representantes das grandes potências mundiais sabem muito bem o que encontrar naquela região. E o pior, dois índios brasileiros Jacir José de Souza, da tribo Makuxi, e Pierlangela Nascimento da Cunha, da tribo Wapixana, se reuniram com parlamentares britânicos de uma comissão multipartidária sobre povos tribais do Parlamento Britânico em Londres no dia 19 de junho, em busca de apoio internacional ,para a reserva indígena Raposa Serra do Sol do estado de Roraima, como mostra a matéria da BBCBrasil.
    O texto e a imagem que recebi por e-mail e que reproduzo aqui no blog - cuja autoria não consegui ainda identificar para dar os devidos créditos – vieram muito bem a calhar para ilustrar quais são os verdadeiros interesses estrangeiros na nossa floresta:
    "Os índios que o mundo quer"
    ...Resumidamente, descrevemos abaixo os principais índios protegidos pelas Ongs estrangeiras em Roraima:
    Índios NIÓBIO e TÂNTALO -
    Sem os quais é impossível a indústria aero-espacial, e só o Brasil os possui (98%).
    Índio OURO - A maior jazida do planeta se encontra em Roraima.

    Índios URÂNIO e TÓRIO - Enorme quantidade em Roraima, para combustível e armas nucleares.

    Índio DIAMANTE - Roraima é riquíssima nessas pedras.
    Índios ALUMINIO e TITÂNIO - Sem os quais a metalurgia atual retorna à idade do ferro.

    Não citamos o desconhecido, que é do conhecimento "apenas" das Ongs estrangeiras e as daqui mesmo, hoje denunciadas pela Justiça brasileira. E esse mundão desconhecido por nós e tão conhecido dos “missionários” eternos, “cientistas” desocupados, “missionárias” espiãs e os Stings-cantores.
    Os demais índios raquíticos, humanos em pé, peles vermelhas existentes por lá, são na verdade inúteis para as Ongs estrangeiras, servindo apenas de camuflagem para os seus reais interesses no Brasil. Cobaias da nova vacina contra a tuberculose. Mas, esses outros índios realçados em vermelho acima, o mundo todo os quer...

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    14 de junho de 2008

    Amazônia - devastação em números

    A Amazônia tem sido um tema recorrente neste blog, mesmo porque a região está na ordem do dia no cenário mundial. Ela é uma das estrelas que a mídia anda “paparicando”, nem sempre com boas intenções, como sabemos.
    Mas, o assunto deste post é sobre o infográfico, elaborado pela equipe do globonline e publicado na sua página eletrônica no último sábado, 6 de junho.
    Estava reticente em tocar no assunto, pois bateu um sentimento tão grande de impotência ao acompanhar o desmatamento “virtual” e em “tempo real” da região amazônica, que fiquei meio paralisada.
    As informações contidas na matéria não são novidades, mas acompanhar esse crime lesa-pátria - mesmo que virtualmente - não foi nada prazeroso, principalmente depois que o midiático ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou que “ o pior ainda está por vir”:
    - Ainda faltam os meses brabos. Os piores meses do desmatamento são tradicionalmente junho, julho, agosto e setembro, quando há estiagem e preparação de terrenos.
    Para conhecer o infográfico clique aqui.
    Estarrecedor!

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    7 de junho de 2008

    Amazônia - a selva que encolhe

    As grandes potências mundiais não dão trégua. Elas continuam utilizando a mídia, para que o “mundo” se convença de que o Brasil não tem competência para administrar a Amazônia e, é claro, justificar a criação de uma frente internacional para uma futura tomada de posse – “formal” - daquela região. É o que se pode constatar na matéria de ontem da revista britânica The Economist , (que pode ser lida no G1),a começar pelo título: “Bem-vindo à nossa selva que encolhe”.
    Enquanto o presidente Lula, com a sua seriedade de sempre, afirma que a “Amazônia é como água benta” a revista aprofunda a discussão sobre o desmatamento e, o pior, com conhecimento de causa:
    -“É quase impossível para o governo brasileiro controlar o desmatamento e a exploração da floresta Amazônica, já que praticamente não há controle sobre a propriedade de terras na região”.
    -“Dos 36% da floresta supostamente de propriedade privada, apenas 4% contam com títulos de propriedade regularizados, segundo a organização não-governamental Imazon. Como o governo não sabe quem possui o quê, impor qualquer regra é impossível”.
    Mas, há um ponto a ser questionado na matéria: não é impossível para o governo brasileiro controlar o desmatamento e a exploração da floresta. O que falta é vontade política, já que o Brasil dispõe da mais moderna técnica de vigilância por satélite para detectar e medir o desmatamento na Amazônia. São dois sistemas, Prodes e Deter, ambos gerenciados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais ( Inpe), como mostra a reportagem da revista Veja de 26 de março de 2008.
    O Prodes ( Programa de cálculo do Desflorestamento da Amazônia ) produz imagens mais precisas usadas no cálculo da taxa anual de desmatamento e o Deter ( Detecção de Desmatamento em Tempo Real ) é o sistema de alerta que funciona o ano inteiro e, a cada quinze dias, envia ao Ibama um relatório das áreas desmatadas. Todo esse aparato tecnológico de nada adianta, pois além da fiscalização na região ser quase nenhuma, as leis existentes de controle não são aplicadas.
    É nesse vácuo político que entra o oportunismo internacional: já que o governo brasileiro não assume a região, como parte efetiva de seu território, as potências estrangeiras utilizam-se de todo o tipo de subterfúgio para desmoralizar o nosso país junto à opinião pública
    mundial.
    Outras informações sobre o descaso do governo brasileiro, com relação à região amazônica, podem ser lidas nesta reportagem do jornal O Estado de São Paulo.

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    3 de junho de 2008

    Amazônia à venda !

    Do site do Fantástico:
    Johan Eliasch é milionário, dono de uma das maiores marcas de material esportivo do mundo. É sueco e tem cidadania britânica. Na Inglaterra, foi um dos financiadores do Partido Conservador, de oposição. Mas, em 2007, mudou de lado. Agora, apóia os trabalhistas e é consultor do primeiro-ministro Gordon Brown para assuntos ambientais.
    No Brasil, seu nome só era citado como marido da socialite paulista Ana Paula Junqueira. Mas, esta semana, Eliasch virou manchete dos jornais. As terras que comprou na Amazônia e a ONG que ele comanda estão sendo investigadas pelo governo brasileiro.
    Em Londres, Patrícia Poeta entrevistou Johan Eliasch, para o Fantástico.
    Na entrevista, Johan afirma que não está comprando a Amazônia aos pedacinhos e que as terras que possui na região não foram compradas por ele, mas sim através de sua empresa, com o objetivo de protegê-las. Disse ainda que nunca foi notificado sobre qualquer investigação: “Tenho certeza que a Cool Earth operou e atua de acordo com todas as leis, brasileiras, inglesas ou quaisquer outras leis”.
    Perguntado sobre o que acha das pessoas no Brasil o verem como um invasor, Johan afirmou:”Acho que é uma invenção da imprensa brasileira, talvez inspirada por razões políticas. Mas minhas intenções são apenas... Eu gosto do Brasil, acho que é um lugar maravilhoso. Eu também gosto de árvores, floresta. Estou apenas tentando ajudar a proteger a Floresta Amazônica. É isso”.
    Meu comentário: aí tem truta!
    Link para o vídeo da entrevista no Fantástico aqui.
    No G1 outras informações.

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    31 de maio de 2008

    Amazônia, novamente!

    Três notícias estão deixando-me intrigada: a suposta compra de terrenos na Amazônia pelo sueco Johan Eliasch, a investigação da Abin sobre a tal compra e a reunião organizada pelo príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, realizada em Londres em abril deste ano, reunindo autoridades e parlamentares de estados da região amazônica com representantes de instituições financeiras e das ONGs.
    Essas informações demonstram a irresponsabilidade e descaso do governo federal com a nossa floresta. Em primeiro lugar porque a investigação da Abin foi notícia no jornal O Globo em 25 de maio de 2008, mas o site Amazônia à vista já , em julho de 2006, dava como certa a compra de 161.874 hectares por Johan, à título de Projeto de Manejo de Florestas por U$ 8 milhões e informava que o comprador já havia até recebido o certificado de preservação do Incra, órgão do governo federal. Já o site Ambiente em foco informa que a compra foi efetuada em 2005. Passados, no mínimo, dois anos do ocorrido e a Abin ainda está investigando o caso! Nesse meio tempo Johan, que é consultor do atual primeiro ministro britânico e casado com uma brasileira, foi rápido: avaliou a Amazônia em 50 bilhões de dólares, criou uma ONG que estimula a compra de terrenos na Amazônia , criou um site na internet - Cool Earth - , com o mesmo fim e convocou outros milionários a adquirirem terras naquela região.
    Quanto ao príncipe, o site Alerta em rede informa que a reunião passou, digamos, despercebida da mídia nacional. Passou também despercebida do governo federal? Impossível, pois parlamentares brasileiros e até governadores da região estavam presentes.
    A "preocupação" da monarquia britânica com a Amazônia não pára por aí. Está prevista uma segunda etapa desse encontro a realizar-se dentro de 90 dias e deverá ser sediada em Belém (PA), tendo como anfitriões a governadora Ana Júlia e demais governadores da Amazônia, que se reunirão com um grupo de convidados britânicos sob a liderança do Príncipe Charles. É uma visita oficial do príncipe ao país ou à "Nação Amazônica"?
    Eu me pergunto: até quando o governo federal fará "vistas grossas" à ocupação da região, por potências estrangeiras? Não basta o presidente brasileiro declarar na mídia que a Amazônia é nossa, se nos bastidores permite que estrangeiros tracem esquemas de ocupação da floresta. É substimar demais a inteligência do povo brasileiro. O mínimo que se pode pensar, com relação a esses fatos estarrecedores, é que a nossa floresta está sendo "fatiada" e os interessados estão barganhando o seu pedaço.
    Se formos avaliar a preocupação do governo federal com relação à Amazônia tomando por base a posse de Carlos Minc no Ministério do Meio Ambiente, onde teve piadinhas do presidente e até beijinhos na testa, estamos mesmo à deriva.

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    22 de maio de 2008

    Amazônia vilipendiada

    Há décadas, nós brasileiros, ouvimos a cantilena de que países estrangeiros cobiçam a Amazônia. “A Amazônia é o pulmão do mundo”,”A Amazônia é patrimônio da humanidade”, “o Brasil não tem competência para administrar a floresta”, são declarações repetidas incansavelmente pelas autoridades das grandes potências mundiais , as maiores interessadas em tomar posse daquela região, em virtude de sua biodiversidade, de suas ricas jazidas minerais e de seus recursos hídricos abundantes.
    Em recente entrevista à TV Bandeirantes, o General Heleno, Comandante Militar da Amazônia, levantou a polêmica com relação a caótica política indigenista do governo federal. Heleno destacou sua preocupação com a soberania brasileira, diante da presença de ONGs internacionais na área da reserva em Roraima e advertiu que, junto com grupos indígenas, poderiam solicitar a separação política do Estado, aproveitando-se de uma resolução da ONU, que garante autonomia aos povos e nações indígenas.
    Dominada também por madeireiros, pelo agronegócio e transnacionais, a Amazônia vai sendo aos poucos descaracterizada, vilipendiada e separada do resto do Brasil. Estamos perdendo mais de 60% do nosso território, em função do descaso dos sucessivos governos federais.
    Que país do planeta Terra entregaria “de mão beijada” mais da metade do seu território a outros países? Por que o Brasil não tem interesse em defender essa parte do nosso território, a partir da constatação da cobiça internacional naquela região? Por que o Congresso Nacional não toma para si a responsabilidade de defender a Amazônia? Por que o presidente Lula amparado na sua enorme popularidade não convoca a sociedade e instituições brasileiras, para uma mobilização em torno da defesa da nossa floresta?
    O mais intrigante ainda é como a ocupação da mata vem sendo feita: silenciosamente, gradativamente, sorrateiramente, bem debaixo do nosso nariz sem que nenhuma providência seja tomada. Por uma questão de lógica é possível acreditar que não se pode mexer no vespeiro, que se tornou aquela parte do país, e mais ainda, a saída de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente e a retaliação imposta ao general Heleno logo após a sua entrevista, nos dão a entender que o golpe final da ocupação está em curso, basta apenas que a resolução da ONU seja colocada em prática.

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